Assessor “Cafetão” Preso na investigação de assédio contra Marquinhos é indiciado por favorecimento da prostituição
O ex-servidor da prefeitura de Campo Grande preso durante as investigações de assédio contra o ex-prefeito e candidato ao Governo, Marquinhos Trad (PSD), foi indiciado pelos crimes de favorecimento da prostituição e coação no curso do processo. O ex-funcionário do município foi preso no dia 31 de agosto, após o cumprimento de mandados pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).
Segundo a delegada Maíra Pacheco, que está à frente das investigações, o ex-servidor foi indiciado no mesmo dia de sua prisão. A delegada ainda disse que ele estava assistido de seus advogados permanecendo em silêncio.
O ex-servidor é acusado de coagir testemunha a ‘voltar atrás’ em depoimento prestado no inquérito que investiga as denúncias de assédio sexual. Ele teria procurado uma das testemunhas ouvidas no caso e a convencido a ‘desmentir’ o depoimento prestado. Assim, ela teria sido levada a um cartório, onde documento foi assinado, relatando o contrário do que tinha sido dito anteriormente à polícia.
Prisão de ex-servidor
No dia de sua prisão, equipes da Deam também cumpriram mandados de busca e apreensão na sua casa e também em um ‘estabelecimento’ dele, que seria uma casa de prostituição.
Foram apreendidos material de campanha do candidato ao Governo Marquinhos Trad. Outros objetos como celulares foram apreendidos pela polícia. Além da casa de prostituição, o homem também é dono de um site, usado para favorecimento à prostituição.
Denúncias de assédio sexual
Após o primeiro registro feito por uma das vítimas, na Corregedoria da Polícia Civil, outras mulheres procuraram a Deam para fazer denúncias de assédio. Em coletiva no dia 26 de julho, a delegada do caso, Maíra Pacheco, afirmou que a informação de suposto pagamento feito às mulheres para registrarem denúncias não consta no inquérito.
No entanto, conforme a delegada, tudo seria investigado e caso seja provado que as mulheres tenham recebido dinheiro, elas podem responder por falso testemunho. O crime tem pena de 2 a 4 anos, além de multa.
“Mas, não diminui outras denúncias das outras vítimas que procuraram a delegacia”, disse Maíra Pacheco. Ainda segundo a delegada, sobre as denúncias de assédio sexual, em “crimes como esse, a única materialidade são os relatos das vítimas. Temos de ter respeito em um país patriarcal”.
Na época, a delegada ainda explicou que outras pessoas estavam sendo investigadas, mas não revelou por quais crimes e nem a quantidade de suspeitos. Não existe ainda previsão de quando Marquinhos Trad deve ser ouvido pela polícia.