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Marquinhos Trad “escapa” da justiça, mas Patrola “amigo e sócio” continua RÉU em crimes sexuais e desvio milionário de dinheiro público.

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A juíza da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, absolveu sumariamente o ex-prefeito Marquinhos Trad de duas denúncias por assédio sexual. No entanto, manteve denúncia contra o empreiteiro André Luiz dos Santos (Patrola) que se torna réu no processo.

Os “amigos” foram denunciados pelos crimes de favorecimento da prostituição e importunação sexual. Apesar de Trad ter sido absolvido sumariamente.

Na decisão, cabe recurso por parte do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

Segundo fontes, Marquinhos Trad e Patrola são supostamente “amigos e sócios”, o esquema em licitações públicas suspeitas nas obras, começou quando Trad era secretário de assuntos fundiários na gestão Puccinelli, foi eleito Vereador em 2004 no mesmo ano onde seu irmão Nelsinho Trad ganhou as eleições para Prefeito de Campo Grande. Se elegeu deputado em dois mandatos 2006/2014 e prefeito de Campo Grande em 2016.

André Luís dos Santos, o Patrola, era a ponte entre dinheiro supostamente desviado e o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD) hoje filiado ao (PDT). A informação consta em documento judicial, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. O megaempresário foi alvo da “Cascalhos de Areia”, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Conforme denúncia recebida pela 3ª Câmara Criminal, a empresa de André Patrola venceu licitação em ‘processo fraudado para beneficiar sua empresa, que é empresa de fachada de Marquinhos Trad’. Também afirma que ‘a licitação foi sobre via não pavimentada para evitar fiscalização na execução dos trabalhos’.

‘O valor milionário foi usado para aquisição de imóveis em Campo Grande para uso da família Trad no nome de André Luís dos Santos. A exploração dos imóveis está sendo feita por meio de uma imobiliária que está no nome da esposa de André Luís dos Santos’, diz a denúncia, que afirma que o mesmo esquema foi feito em Corumbá.

O uso de dinheiro obtido de forma ilegal e transformado em patrimônio legal é comumente chamado de ‘lavagem de dinheiro’.

Inicialmente o pedido de buscas e apreensão foi negado na 1ª instância, mas após recurso do Ministério Público Estadual foi autorizado pela 3ª Câmara Criminal do TJMS, com votos favoráveis dos desembargadores Jairo Roberto de Quadros, Zaloar Murat Martins de Souza e Luiz Claudio Bonassini.

Além de Patrola, outro nome de destaque alvo da operação foi o ex-secretário de Obras de Campo Grande Rudi Fiorese, ex-secretário de obras.

Importante ressaltar que o ex-prefeito Marquinhos Trad não é alvo da operação.

CASCALHOS DE AREIA

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da 31ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social de Campo Grande, deflagrou Operação “Cascalhos de Areia” que objetivou o cumprimento de 19 mandados de busca e apreensão na Capital, decorrentes de decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul.

A operação ocorre dentro de um Procedimento Investigatório Criminal que tramita na Justiça Estadual, e apura a atuação de possível organização criminosa estabelecida para a prática de crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro, relativos a contratos para manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinário de veículos junto ao Município, que ultrapassam o valor de 300 milhões de reais.

Segundo informações do Jornalista Dante Filho, André Patrola é o inimigo público número (1) de Mato Grosso do Sul. Dante trabalhou na gestão de Marquinhos Trad e conhecia todas as condutas intra-muros da dupla Trad/Patrola.

Se você for ao google e buscar o nome de André Patrola – o empreiteiro André Luiz dos Santos – ficará assustado com a ficha corrida do cidadão. Ele tem milhares de citações, todas o envolvendo em notícias que abrangem lavagem de dinheiro, crimes sexuais, concorrências fajutas, danos ao meio ambiente, aquisições imobiliárias suspeitas, enfim, um cordão longo de coisas erradas, imorais e criminosas que certamente deve percorrer do Oiapoque ao Chuí.

O codinome “Patrola” surgia muito raramente. O homem era um fantasma. Na campanha para a prefeitura de Campo Grande, em 2016, apareceu uma ou duas vezes vinculado ao candidato Marquinhos Trad que venceu a eleição, tornou-se prefeito, e, ato contínuo, Patrola sumiu do mapa. Claro, permaneceu o zum-zum-zum, mas o personagem submergiu.

Quando Marquinhos deixou a prefeitura para disputar o governo do Estado o nome de Patrola voltou a ser citado com mais força. Mas suas digitais não apareciam em lugar nenhum. Só quando eclodiu o escândalo que envolvia as frenéticas atividades sexuais do ex-prefeito, inclusive com denúncias de tráfico de mulheres e proxenetismo (palavra horrível), no qual o empreiteiro usava sua fazenda em Coxim para festinhas e encontros, com a presença de convidados que ocupam do poder em Mato Grosso do Sul, foi que a coisa desandou.

Mesmo assim, terminada a campanha eleitoral, o nome de Patrola, mais uma vez, sumiu do mapa. Mais tarde, no ambiente dos escritório de advogados de Campo Grande, era falado do envolvimento da empresária do setor imobiliário, Tatiana Duarte dos Santos, esposa do empreiteiro, com o alto escalão do Ministério Público de Mato Grosso do Sul. Era boato, contado com requintes das fantasias das arábias.

Imaginava-se que com as operações do Gaeco e da Polícia Federal, muitas das quais em torno das concorrências para cascalhamento de ruas em Campo Grande, haveria uma suspensão de contratos e o duto que aspergia dinheiro seria fechado.

Nesse processo, descobriu-se que o empreiteiro e seus esquemas se ramificaram.

No andamento das investigações, tudo indica que André Luiz dos Santos foi longe demais. Ele entrou de cabeça em todos os poderes, financiando campanhas, presenteando poderosos, envolvendo-se com a magistratura, Tribunal de Contas e Polícia, montando uma organização que se tornou quase um Estado Paralelo. E o mais grave: ele continua andando por aí, com seus carrões, promovendo festinhas, circulando alegremente, como se nada houvera e nada haverá.

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