Doleiro Tacla Duran revela pagamento a “sócio e padrinho de casamento do casal Moro” para “não ser preso na Lava Jato”
O ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran em entrevista inédita ao jornalista Jamil Chade divulgada no UOL indica que Duran admitiu, às autoridades da Suíça, que fez pagamento ao advogado Marlus Arns, que já foi “sócio” de Rosângela Moro e Carlos Zucolotto (padrinho de casamento de Sergio Moro), para “não ser preso” na Lava Jato de Curitiba.
Duran afirma que foi extorquido na Lava Jato, com advogados exigindo pagamento de 5 milhões de dólares para amenizar a multa e “melhorar” a delação premiada que o ex-advogado da Odebrecht tentou negociar com procuradores liderados por Deltan Dallagnol.
O ex-advogado, que está em Madri (Espanha), já havia dito a alguns veículos de comunicação – incluindo o GGN e o DCM, numa série especial sobre indústria da delação – que Zucolotto era o responsável pelo pedido de 5 milhões de dólares.
novidade, agora, é que Duran teria pago uma primeira parcela, de 612 mil dólares, ao advogado Marlus Arns. Duran afirma que deixou de pagar o restante do dinheiro porque acreditava que aquela “extorsão” não teria resultados.
Em novembro de 2016, poucos meses após o primeiro pagamento, Duran foi alvo de operação da Lava Jato. Sergio Moro decretou sua prisão, mas não foi possível executá-la porque o ex-advogado da Odebrecht já estava fora do País. A operação chegou a pedir sua extradição, mas foi derrotada.
As autoridades da Suíça questionaram a Duran sobre a procedência de um montante que foi congelado em sua conta. Foi quando sua defesa encaminhou um documento explicando a extorsão e vinculando a primeira parcela de 612 mil dólares a Arns a este episódio.
A defesa insiste que houve ‘tráfico de influência’, com o qual se chegou a acordos de delação. Caso contrário, o suspeito era preso. ‘É assim que o advogado Marlus Arns, entre outros, praticava a extorsão denunciada’, explica a carta apresentada aos suíços”, escreveu o UOL.
“Tacla foi extorquido e ameaçado […] e temor por sua vida o levou a pagar uma parte da extorsão. O advogado Marlus Arns, que recebeu o pagamento -dinheiro que é apontado como uma das justificativas para o bloqueio das autoridades suíças– já tinha trabalhado com a mulher do [ex] juiz Sergio Moro, sendo outro sócio o advogado Carlos Zucolotto Junior, que também foi sócio da mulher de Moro, e que hoje trabalha com lobista profissional”, escreveu os advogados em um trecho da carta à Suíça.
Segundo Duran, Moro continuava fazendo perseguição, quando o mesmo era Ministro da Justiça, de onde podia controlar os processos de cooperação internacional