Com medo da “temível” Polícia Federal, Jerson Domingos quer que processo sobre Omertà fique em MS e não em Brasília
O presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), Jerson Domingos, quer que a ação penal da Operação Omertà contra ele permaneça em Mato Grosso do Sul e não seja encaminhada para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Sem influência, o medo de Jerson é acontecer o mesmo destino do CONSELHEIRO do TCE do RJ.
Caso Brasão
Brazão, de 58 anos, é líder de um poderoso grupo político da zona oeste do Rio, berço das milícias cariocas. Foi deputado estadual por cinco mandatos consecutivos, onde acumulou polêmicas e suspeitas de corrupção até ser afastado e, posteriormente realocado como conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro. Em sua ficha, figuram acusações de improbidade administrativa, fraude, envolvimento na chamada ‘máfia dos combustíveis’ e o envolvimento com milícias para a compra de votos.
Os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão foram presos dia 24 de março desse ano, apontados como mandantes do atentado contra Marielle Franco, em março de 2018, no qual também morreu o motorista Anderson Gomes. O delegado Rivaldo Barbosa também foi preso, suspeito de ajudar a planejar crime e de atrapalhar as investigações.
Em entrevista ao JD1 Notícias, Jerson Domingos se mostrou confiante em sua inocência e disse que não vai procurar ‘prescrição’ e quer um julgamento em definitivo. “Como presidente de uma corte em cargo de relevância, quero ser julgado em definitivo em nome de uma satisfação à sociedade. Tenho argumentos sólidos para ser julgado no Estado”, destacou.
Omertà
Réu em seis ações penais
O Presidente do TCE de MS que fiscaliza o dispêndio de recurso público em Mato Grosso do Sul é réu em seis ações derivadas da operação Omertà, a ofensiva de força-tarefa da Polícia Civil e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) contra milícia armada atuante em Campo Grande e na fronteira com o Paraguai. Ao grupo, são atribuídos homicídios por encomenda para sustentar a estrutura do jogo do bicho.
No centro de poder das organizações criminosas, foram indicadas pessoas ligadas intimamente a Jerson, o cunhado, Jamil Name, já falecido, o sobrinho, Jamil Name Filho, preso desde 2019, além do homem um dia tido como “Rei da Fronteira”, Fahd Jamil Georges, e o filho dele, Flavio Jamil Georges. Fahd está em liberdade aguardando julgamento de processos.
Jerson é implicado em seis ações penais derivadas da Omertà, com acusações que vão de integrar organização criminosa, a obstrução de Justiça, e infrações ao Estatuto do Desarmamento, ou seja, posse ou porte ilegal de arma. Em uma das situações, chegou a ficar 20 horas preso, mas acabou liberado.
Ouvida, a defesa de Jerson informou que ele, até o momento, é um cidadão sem condenações.
“Processos estão tramitando regularmente; defesa já pediu absolvições. Jerson Domingos é reconhecidamente um homem do bem, que não se envolveu com práticas criminosas” — Advogado André Borges
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