Vazamento comprova que China manipulou informações sobre pandemia
A autenticidade do conteúdo vazado por hackers foi checada por jornalistas.
Um grupo hacker autointitulado “PCC sem máscara” confirmou responsabilidade por obter e vazar milhares de documentos secretos do regime comunista da China.
Os dados foram publicados, no último sábado (20), pelo jornal norte-americano The New York Times e pela organização de jornalismo investigativo ProPublica.
O vazamento inclui 3,2 mil comunicados e 1,8 mil memorandos internos do regime chinês.
Os documentos mostram como Pequim atuou para moldar a opinião pública e controlar a narrativa sobre a pandemia do coronavírus.
O material vazado pelos hackers contém mensagens enviadas por censores chineses com ordens para que sites de notícias e redes sociais manipulassem conteúdos sobre a Covid-19.
Os documentos também mostram que o Partido Comunista Chinês (PCCh) chegou a ordenar que fossem feitos milhares de comentários falsos em redes sociais enfatizando a necessidade de discrição sobre o assunto.
Em mensagem enviada a sites e aplicativos de notícias, o regime deixa claro:
“Não use notificações pop-up para quaisquer notícias negativas sobre a prevenção e controle da nova epidemia de coronavírus.”
Pequim acrescenta:
“Notícias negativas sobre a prevenção e o controle da ‘nova epidemia de pneumonia coronária’ não podem aparecer em todos os sites, clientes e outras novas mídias e plataformas de aplicativos. Se for necessário relatar, use apenas as informações oficiais do Diário do Povo, Agência de Notícias Xinhua, CCTV, Comissão de Saúde, Ministério das Relações Exteriores e outros departamentos relevantes, bem como os departamentos relevantes da Província de Hubei e da cidade de Wuhan. Nosso escritório intensificará as inspeções e a supervisão e, se forem encontradas violações de notificações pop-up, elas serão tratadas imediatamente. O conteúdo das instruções acima deve ser implementado de forma rápida e estritamente confidencial.”
*Com informações de Renova Midia.