Com lucro de R$ 12 milhões, Consórcio Guaicurus de João Rezende “Cabeção” teria demitido mais de 300 por ‘pandemia’
O STTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano) de Mato Grosso do Sul denuncia que o Consórcio Guaicurus demitiu mais de 300 funcionários nos últimos meses, sendo 150 demissões somente nessa quarta-feira (05). Por isso, uma assembleia foi convocada para essa sexta-feira, onde os trabalhadores irão votar sobre paralisação por tempo indeterminado.
O Consórcio Guaicurus alega que está passando por ‘crise’ devido à pandemia do coronavírus, apesar de ter lucro anual de R$ 12 milhões.
A Prefeitura de Campo Grande, de acordo com a Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos), o Consórcio relatou perdas de 50% nos lucros de fevereiro a junho, o que ainda restaria mais de R$ 6 milhões de ganho com a exploração do serviço na cidade.
O diretor financeiro do STTCU, WIlliam Alves, disse que o sindicato é contra a demissão. “Como de uma hora para outra ‘sobra’ 300 funcionários? Se sobrou é porque tirou linhas. Por que tiraram linhas bem na h ora que os ônibus têm que rodar mais vazios? [por conta da pandemia]”, questionou.
A assembleia convocada pelo sindicato irá debater as demissões em massa e votar a paralisação por tempo indeterminado. Caso a greve seja aprovada, o STTCU informou que irá manter 30% dos trabalhadores nos postos de serviço.
O diretor da Agereg, Vinicius Campos Leite, informou que a prefeitura irá monitorar a paralisação para garantir que os serviços continuem sendo prestados e não haja falhas na prestação de serviço por parte do Consórcio Guaicurus.
Procurado pela reportagem, o Consórcio Guaicurus informou que não irá se manifestar sobre o assunto.
Demissões
Os desligamentos acontecem depois de duas semanas em que os motoristas do transporte público realizaram paralisação de duas horas no dia 20 de julho para discutir ajuste na legislação municipal. Na ocasião, os motoristas acusaram as empresas de transporte coletivo de pressionarem o STTCU como forma de forçar a prefeitura e Agetran (Agência Municipal de Trânsito) a revogar a Lei 6.481/20, de 14 de julho de 2020.
Então, o Setur (Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo Urbano de Passageiros do Estado de Mato Grosso do Sul) encaminhou ao MPT (Ministério Público do Trabalho) protocolo de denúncia pedindo investigação da paralisação dos motoristas.
Informações Midiamax